Para sintetizar meditar
é: parar de pensar. Simples assim. A questão é que fomos treinados a pensar,
pensar muito, em uma quantidade tal que nos é improvável essa história de
pararmos de pensar.
A técnica para meditar
Basta disciplina e
constância para que a técnica funcione. Ela é tão simples, tão singela que dá
até vergonha de ser tão difícil de conseguir.
O processo todo depende
de saturarmos o pensamento com um mesmo estímulo até que a mente pare. Pode ser
com uma imagem, com um som ou outras formas mais adiantadas.
Para tal, sente-se com
as pernas cruzadas e as mãos em shiva mudrá, ou posição gasho, ou sentado numa
cadeira com as mãos apoiadas nas coxas, mantendo a coluna impecavelmente ereta,
olhos fechados e pouse sua consciência em um objeto. Pode ser qualquer coisa,
uma figura geométrica, uma flor, o sol, a lua, o Ômkara, o Ashtánga Yantra, etc. Tente não
ficar analisando o objeto, só observe. Exatamente como quando você vê uma
paisagem somente contempla, sem ficar analisando que o sol está assim ou
assado, que as arvores são verdes, etc. Simplesmente observe, sem analisar.
Dada à natureza instável
da nossa mente, você irá dispersar várias vezes. Pensar em outra coisa, a
imagem irá sumir, etc. Seu trabalho é retomar a imagem quantas vezes for
necessário. Depois de um tempo de treinamento, você deverá intentar incrementar
o tempo que consegue manter o objeto na mente. Chegará um momento que
inevitavelmente você meditará, só requer treinamento e disciplina.
O que acontece quando você
medita?
Nossa mente dá
significado a tudo aquilo que percebemos através dos sentidos. Quando olhamos
para uma flor, automaticamente este estímulo gera uma série de interações em
nossa consciência fazendo nossa mente buscar em nossa memória e categoriza
tudo, flor amarela, com esse nome, pois tem esse formato, este cheiro, etc.
Pois bem, quando você
parar sua mente, sua percepção do objeto ao qual se concentra não será mais
baseada em uma experiência sensorial e sim em um outro tipo de percepção mais
abrangente e mais rápida pois não estará limitada pelo tempo, espaço e memória.
Para entendermos melhor,
imagine uma maçã que pode ser sentida de forma tátil, oufativa, gustativa,
visual e através de alguns registros auditivos do som da maçã sendo cortada por
uma faca, cortada pelos seus dentes, etc.
Imaginemos um cego, ele
não tem a percepção visual da maçã. Se ele fosse um azarado e também não
pudesse sentir gostos, fosse surdo, não sentisse cheiros e por fim não tivesse
nenhum sentido. Para ele a maçã não existiria, mas ela existe.
Essa existência que está
além das formas, cheiros e sons pode ser percebida por um outro órgão
perceptivo que nos humanos ainda está muito mal desenvolvido e só nos dá
vislumbres de percepções.
A meditação é justamente
parar a máquina barulhenta da mente para que então este outro órgão perceptivo
possa entrar em funcionamento e nos deixar perceber a “existência” daquilo que
nos cerca e de nós mesmos sem a influência dos sentidos, lógica e razão. Isso é
meditar.
Se não lembrar de
nenhuma explicação deste texto basta lembrar desta: meditar é parar de pensar,
ponto!
Comentários
Postar um comentário